Fogos-fátuos
Há certas almas vãs, galvanizadas
De emoção, de pureza, de bondade,
Que como toda a azul imensidade
Chegam a ser de súbito estreladas.
E ficam como que transfiguradas
Por momentos, na vaga suavidade
De quem se eleva com serenidade
Às risonhas, celestes madrugadas.
Mas nada às vezes nelas corresponde
Ao sonho e ninguém sabe mais por onde
Anda essa falsa e fugitiva chama...
É que no fundo, na secreta essência,
Essas almas de triste decadência
São lama sempre e sempre serão lama.
Cruz e Sousa
O fogo fátuo, também chamado de fogo tolo ou fogo de São Telmo, é uma luz azulada que pode ser avistada em cemitérios, pântanos, brejos, etc. É a inflamação espontânea do gás dos pântanos (metano), resultante da decomposição de seres vivos, plantas e animais típicos do ambiente.
Os fogos fátuos dão origem a muitas superstições populares. Acredita-se que são espíritos malignos que molestam ou fazem extraviar-se os viajantes ou alguém que se tenta aproximar. Há quem os considere como presságios de morte ou desgraças.
A explicação é que são produtos da combustão do gás metano gerados pela decomposição de substâncias orgânicas, ou a fosforescência natural dos sais de cálcio presentes nos ossos enterrados.
Muitos dos que avistam o fenómeno tendem a fugir do local rapidamente, o que, devido ao deslocamento de ar, faz com que o fogo fátuo se mova na direcção da pessoa. Tal facto leva muitos a acreditar que o fenómeno se trata de um evento sobrenatural, tal como espíritos, fantasmas, entre outros.
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